A TRAIÇÃO DO TESOURO DIRETO
- custoseganhosconsu
- 3 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de fev. de 2022
As pessoas acostumadas a lidar com o mercado financeiro sempre ouviram que o Tesouro Nacional era 100% confiável, pois quando o Tesouro quebrasse, é porque todos os bancos estariam quebrados. Por isso, sempre se acreditou que investir em títulos públicos via Tesouro Direto era 100% confiável!
No entanto, com a crise do Coronavírus, em março de 2020 ocorreu o inesperado e na tarde do dia 11 de março de 2020, em uma quarta feira, o mercado de capitais virou de cabeça para baixo. O Tesouro Direto saiu do ar deixando a seguinte mensagem: “sistema em manutenção”, o que fez com que os investidores acreditassem que o Tesouro Direto tinha virado as costas para eles.
Nessa tarde, eu havia comprado ações que estavam ficando baratas, de forma que para cobrir a conta era necessário vender alguns títulos, apesar de ser uma operação de baixo valor.
Como na quarta-feira não foi possível vender, fui para casa certo de que no dia seguinte, ainda dentro do prazo, conseguiria. Porém, na quinta-feira, dia 12 de março, o mercado ficou ainda mais nervoso conforme o dia passava e não se tinham notícias do Tesouro Direto. Dessa forma, a transação ficou para sexta-feira, dia 13 de Março, dia do vencimento para ocorrer o débito da compra realizado dois dias antes.
Assim, não restou outra opção senão recorrer ao dinheiro aplicado em fundos nos bancos tradicionais. E, se eu não tivesse esta reserva estaria em uma situação desagradável com a corretora.
Contudo, na hora do almoço desta sexta feira, dia 13 de março, finalmente o Tesouro Direto voltou a operar, depois de praticamente 48 horas fora do ar. Será que isso aconteceu só comigo? Qual conclusão podemos chegar? Imagino que na esfera dos bilhões de reais, lá em cima, acontecem coisas que nós investidores comuns não fazemos ideia e que, para o bem da nação, o sacrifício dos pequenos deve ser tolerado.
Além disso, esse episódio demonstra que o Tesouro Nacional continua confiável sim, mas que o investidor precisa ter alternativas para estar resguardado caso ocorra este tipo de ruptura de contrato. Dessa forma, alocar 100% da reserva no Tesouro Direto, embora confiável, pode fazer com que situações inesperadas, como essa que passamos em março, tenham consequências amargas.
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