BENS DE FABRICAÇÃO INTERNA: COMO CONTROLAR E REGISTRAR CORRETAMENTE
- custoseganhosconsu
- 14 de mar.
- 3 min de leitura
Muitas empresas fabricam seus próprios equipamentos e máquinas, seja para uso interno, locação ou até mesmo para venda. No entanto, um erro comum é não registrar corretamente a entrada desses bens no patrimônio da empresa, o que pode gerar distorções contábeis e pode acabar perdendo o controle sobre a gestão de bens.
Seja uma máquina construída para ser utilizada na linha de produção, um equipamento desenvolvido para ser alugado a clientes ou um produto fabricado para venda, é essencial que todos os custos envolvidos sejam corretamente registrados. Isso inclui a baixa dos insumos do estoque, o custo da mão de obra e a correta destinação contábil do bem finalizado.
Fluxo de Produção e Registro Contábil
A fabricação interna de um bem passa por algumas etapas contábeis e operacionais. Vamos entender cada uma delas.
1. Insumos e Matérias-Primas
Os insumos materiais, necessários para a fabricação, como chapas metálicas, borrachas, vidros, parafusos, tintas e outros componentes, são adquiridos pela empresa e inicialmente registrados no estoque do almoxarifado.
Quando a produção do bem se inicia, esses materiais são transferidos para uma Ordem de Produção ou Ordem de Fabricação. Contabilmente, isso significa que os insumos saem do estoque e passam para a conta Produtos em Elaboração ou Máquinas em Construção. Na linguagem contábil fica: credita estoque do almoxarifado e debita produtos em elaboração.
2. Mão de Obra na Fabricação
Além dos materiais, o custo da mão de obra também deve ser registrado para compor o custo do bem. Para isso, basta apontar, em formulários internos, as horas trabalhadas de cada funcionário, informando: data e horário de início e término do trabalho, nome do funcionário ou função desempenhada, em cada ordem de produção.
O custo por hora de cada função deve ser fornecido pelo setor de Recursos Humanos, e o valor total da mão de obra utilizada na produção será somado na conta de Produtos em Elaboração, e ao mesmo tempo reduzindo a conta de Despesa com Salários. Este é um lançamento contábil, e não financeiro, de soma zero, e não pode alterar o resultado total.
3. Término da Produção e Registro no Patrimônio
Quando a máquina ou equipamento fica pronto, é necessário fazer a transferência contábil do saldo acumulado na conta Produtos em Elaboração para o destino correto. O tratamento contábil varia conforme o uso do bem:
Se for para uso interno na empresa: O bem deve ser registrado como ativo imobilizado, passando a compor o patrimônio da empresa. A conta Produtos em Elaboração é esvaziada e a conta Ativo Imobilizado recebe o saldo correspondente. Na linguagem contábil fica: credita produtos em elaboração e debita ativo imobilizado.
Se for para locação: O bem também deve ser registrado no ativo imobilizado, pois continua sendo propriedade da empresa. Quando for alugado, o bem permanece registrado no patrimônio da empresa, e a receita da locação será reconhecida mensalmente.
Se for para venda: O bem finalizado deve ser transferido para a conta de estoque de produtos acabados. Quando a venda for realizada, a saída do estoque será lançada contra a conta de receita de vendas.
4. Importância do Controle Contábil Correto
Registrar corretamente a fabricação interna de bens, evita diversos problemas contábeis e financeiros, como:
· Subavaliação ou superavaliação do patrimônio da empresa
· Distorção no cálculo de custos e despesas
· Perda de controle sobre bens disponíveis para uso ou locação
· Problemas na apuração do lucro real da empresa
Além disso, um controle organizado permite que a empresa saiba exatamente quanto custou cada máquina produzida, auxiliando na apuração de resultados da locação ou da venda efetuada.
Se sua empresa fabrica internamente máquinas ou equipamentos, seria bom adotar um sistema estruturado para o registro correto dos custos destes bens. Nem sempre as empresas começam com um controle ideal, mas podem evoluir gradualmente.
No entanto, fugir da contabilidade significa abrir espaço para a desorganização, falta de controle e confusão interna. Funcionários se esforçam, mas sem técnica e método, o trabalho não gera o resultado esperado. A improvisação leva a um teto de crescimento, onde a empresa fica travada, queimando energia sem avançar.
Nenhuma grande empresa no mundo opera sem contabilidade. Cedo ou tarde, será preciso encarar esse caminho. Então, por que não começar, pouco a pouco, para sair gradualmente do improviso para alcançar um modelo de gestão sólido e sustentável?
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