CUSTO DE AQUISIÇÃO E FORMA DE PAGAMENTO
- custoseganhosconsu
- 29 de ago. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de fev. de 2022
“Paga em três vezes que sai mais barato!”, quem nunca ouviu essa frase? Muitos empresários acreditam, erroneamente, nisso. Porém, esse equívoco ocorre devido a tendência em associar o pagamento como o custo do bem e pela confusão com os conceitos de aquisição e pagamento. Do ponto de vista financeiro, ter três meses para pagar dá uma falsa sensação de que será mais leve do que desembolsar a totalidade de uma vez, visto que o foco está no dinheiro.
Para ajudar a ilustrar melhor vamos considerar que uma empresa adquiriu uma máquina e pagou à vista, enquanto outra empresa adquiriu a máquina e financiou em cinco anos. Como cada uma destas empresas deve calcular o custo?
Ao considerar que a aquisição não depende do pagamento, uma vez que um bem pode ser adquirido e utilizado no período de conveniência do bem, o pagamento pode ser realizado conforme a conveniência do financeiro. Por isso, o custo do bem a ser considerado é o tempo de duração do mesmo, que é normalmente regulamentado por lei.
Sendo assim, a empresa que comprou a máquina e pagou à vista assumirá no seu custo a fração mensal da depreciação do bem. Supondo que o valor da máquina seja de R$120.000,00, com depreciação de 10 anos, o custo mensal será de R$1.000,00. Da mesma forma que se a depreciação for de 5 anos, o custo mensal será de R$2.000,00.
Já a empresa que optou por pagar, essa mesma máquina, financiada em 5 anos, deverá apropriar em seu custo R$1.000,00 mensais, caso a depreciação seja de 10 anos. Porém, por coincidência, se o tempo de depreciação for de 5 anos, o custo mensal do bem será igual ao valor da prestação mensal.
Além disso, nessa última modalidade, é necessário contabilizar os juros, uma vez que os juros decorrentes do financiamento são considerados despesas financeiras. Para efeito gerencial, o custo financeiro pode fazer parte do ônus da aquisição do bem e ser somado ao custo, tomando o cuidado de diluir corretamente o adicional do custo financeiro ao longo do tempo.
Em qualquer uma das circunstâncias o custo da aquisição e a forma do pagamento devem ser considerados separadamente. O que demonstra que pagar em 3 vezes não sai mais barato, pois não diminui o valor da matéria prima. Ou seja, se a empresa recebeu fisicamente a totalidade dos materiais no primeiro mês, então seu ativo foi afetado naquele mês.
Apesar disso, o financiamento interfere diretamente no fluxo de caixa, uma vez que a empresa terá tempo para produzir, vender e receber antes de pagar as parcelas, o que faz com que o saldo das prestações fique aberto no passivo, sendo amortizado mês a mês até zerar no terceiro mês.
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