CUSTO DO PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
- custoseganhosconsu
- 22 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de fev. de 2022
Uma prática muito comum em lojas e empresas é o parcelamento. Porém, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, se para o cliente é um benefício para a empresa que concede, independente se for em 2 vezes ou em até 10 vezes, o tempo de espera para o recebimento gera um custo.
Do ponto de vista financeiro, o tempo é fator essencial e afeta diretamente a rentabilidade de um negócio. Um bom exemplo disso é uma empresa que vende R$100.000,00 e recebe tudo dentro do mês, outra é vender os mesmos R$100.000,00 e receber em 5 prestações de R$20.000,00, uma vez que o cálculo do prazo médio de recebimento, neste caso, é de 60 dias. O que equivale, matematicamente, esperar dois meses para receber 100% do valor da venda.
A concessão de prazos é uma forma de aumentar as vendas, porém muitas empresas entram, irresponsavelmente, nesta corrida sem fazer planejamento do fluxo de caixa e o cálculo do custo financeiro. Nesse cenário, há duas situações que podem ocorrer.
A primeira é a empresa que, com o tempo, sente com a ausência do dinheiro no caixa e é obrigada a realizar a antecipação de recebíveis, uma vez que o dinheiro será recebido apenas futuramente. Assim, as “garras afiadas’ dos agentes financeiros entram em ação e os juros cobrado para realizar a antecipação vira despesa financeira.
Supondo que a empresa consiga uma taxa de 2% ao mês, para um prazo médio de 60 dias, terá de arcar com um custo de 4% para trazer o dinheiro até o caixa, para realizar os seus pagamentos. O que em uma venda, segundo o exemplo inicial, de R$100.000,00 faz com que o custo de antecipação seja de R$4.000,00.
A segunda situação é a empresa que possui capital de giro e não precisa entrar com a antecipação de recebíveis. Nesse caso, a empresa precisa considerar o custo do tempo, que deve ser calculado como se fosse um aluguel pelo uso de um bem. Entretanto, a empresa que espera o tempo não vê a ocorrência real da despesa financeira e é levada ao erro, por achar que não tem despesa.
Sendo assim a empresa deve calcular em seu demonstrativo o custo para remunerar o recurso próprio. No exemplo da venda de R$100.000,00 para receber no prazo médio de 60 dias, considerando um custo de 1% ao mes, a despesa seria de 2% ou R$ 2.000,00, o que tornaria a receita líquida em R$ 98.000,00.
Contudo, para realizar as contas da forma correta é imprescindível monitorar a variação do prazo médio de venda mês a mês, uma vez que no decorrer do tempo há uma tendência natural de dilatação em favor dos clientes.
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