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DEPRECIAÇÃO DAS FERRAMENTAS NAS EMPRESAS DO SEGMENTO DE FUNILARIA E PINTURA

  • custoseganhosconsu
  • 15 de jan.
  • 4 min de leitura

A compra de ferramentas em empresas de pequeno e médio porte no segmento de funilaria e pintura costuma gerar algumas dúvidas. Uma das principais é se essas ferramentas devem ser registradas como ativos fixos, sujeitas à depreciação ao longo do tempo, ou se podem ser tratadas como despesas no mês da aquisição.


Ferramentas como furadeiras, lixadeiras, esmerilhadeiras, rebitadeiras e outros acessórios são itens essenciais para a realização de serviços de reparos e ajustes em carros. Por isso, entender o tratamento fiscal e contábil desses itens é fundamental para elaborar um controle de custos gerencial eficiente.


Além disso, o valor desses equipamentos pode variar significativamente, dependendo do modelo e da finalidade. Por exemplo, uma furadeira doméstica, destinada ao uso amador, pode custar a partir de 100 reais, enquanto uma furadeira profissional, projetada para uso contínuo e mais robusta, pode ultrapassar 1.000 reais. Já ferramentas de bancada, como uma furadeira de bancada industrial, podem ter preços superiores a 20.000 reais.


Para calcular o custo dessas ferramentas no seu controle gerencial, deve-se levar em consideração a relevância do valor. Se o valor for pequeno, como no caso das inferiores a R$ 1.000, não haverá problema em lançá-las diretamente como despesa, pois não compensa o trabalho de ativar e depreciar.


Já a partir de um certo valor, que você considere importante e que justifique o controle da depreciação, crie sua própria regra quanto a isso, definindo o prazo para refletir o custo de aquisição, seja em 2 anos, seja em 5 anos. Lembre-se de que a parte fiscal e contábil deve ser deixada nas mãos do seu contador, que agirá conforme a legislação. Se você tem uma ferramenta que sofre desgaste acelerado, no seu controle gerencial, pode aplicar um prazo menor, que reflita sua real durabilidade.


Por outro lado, é importante diferenciar as ferramentas, que são ativos fixos, dos itens de consumo, como brocas, discos, lixas, parafusos e rebites, que devem ser lançados como despesas ou custos. No caso específico das brocas, há uma curiosidade contábil: elas ficam na fronteira entre ativo fixo e despesa. Pelo número de vezes que uma broca pode ser utilizada, ela poderia ser considerada um ativo. Porém, como a broca é consumida e substituída, nesse aspecto, ela é classificada como despesa.


No caso dos rebites, estes, sim, são custos diretos, sendo lançados no resultado a cada peça utilizada em cada serviço realizado, além das eventuais perdas. No caso do rebite, não há reaproveitamento. O mesmo se aplica a outros acessórios de uso recorrente, como lixas, buchas e discos de corte. Esses itens são consumíveis que impactam diretamente o resultado da empresa, uma vez que seu consumo está atrelado à execução dos serviços.


Porém, o fato de lançar no resultado os itens de consumo, no mês da aquisição, não significa que se possa dispensar o controle de estoque no almoxarifado desses itens, que devem, sim, ser controlados com rigor. O ideal é adotar um processo interno que aloque no custo de cada serviço o valor de cada peça consumida, conforme a requisição. Este seria o estágio mais avançado de controle gerencial de custos dos serviços, quando o saldo do almoxarifado coincide com os itens baixados e consumidos em cada serviço.


É fundamental que a empresa desenvolva a cultura de cuidado com as ferramentas, acessórios e bens de modo geral. Uma vez adquirido, um bem deve durar o seu melhor tempo de vida útil, preferencialmente além do período de depreciação. Na verdade, o lucro vem da receita que você obtém depois que um bem foi totalmente depreciado no seu balanço.


Se você deprecia uma ferramenta em 5 anos e precisar adquirir uma nova a cada 5 anos, terá a despesa da depreciação permanentemente em seu custo. O ideal é depreciar em 5 anos e utilizar a ferramenta por mais de 5 anos, quem sabe 10 anos ou mais.


O que chamamos a atenção é o costume perverso de substituir prematuramente equipamentos que ainda têm condições de uso, só porque terminou o período de depreciação. Por exemplo, se você deprecia em 5 anos no seu controle gerencial e substitui em 3 anos. Quando o desembolso ocorre antes da depreciação, você terá que assumir, no 3º ano, o custo da depreciação dos 2 anos restantes. Isso é fruto da mentalidade do: “é só comprar um novo”, achando que o processo de depreciação, feito ao longo de vários meses, não afeta o caixa. Poucas empresas têm esse nível de consciência, que deveria estar enraizado na cultura do cuidado com os bens.


A manutenção preventiva das ferramentas, quando bem realizada, pode ampliar sua vida útil, garantir um impacto positivo no resultado e contribuir para a eficiência financeira da organização.


Nas empresas como do segmento de funilaria e pintura, o controle gerencial das ferramentas, pode ser feito em paralelo com a contabilidade. Esse tratamento gerencial ajuda a empresa a controlar melhor seus custos e também contribui para uma gestão financeira mais eficiente. Deve-se evitar a cultura da substituição precoce dos bens, priorizando a manutenção adequada e promovendo a responsabilidade sobre a longevidade dos bens que compõem o ativo da empresa.



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