DEPRECIAÇÃO DAS MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES; COMO APROPRIAR AO CUSTO DE CADA PRODUTO
- custoseganhosconsu
- 7 de nov. de 2024
- 5 min de leitura
A aquisição de máquinas, equipamentos e instalações, no início de qualquer empreendimento, gera um desembolso que forma o ativo imobilizado do negócio. Como apropriar o custo da depreciação dessas aquisições a cada produto?
Ou você é um daqueles empreendedores que deixa as notas de compra desses ativos na mão do contador e confia que ele está fazendo tudo certo? Pois bem, seu contador deve estar lançando tudo corretamente. No entanto, a contabilidade segue as normas exigidas por lei, e isso deve ser respeitado.
O que estamos abordando, é como apropriar o custo de depreciação dessas máquinas, equipamentos e instalações, no seu controle gerencial. Antes de falarmos sobre a apropriação da depreciação para cada produto, vamos discutir como registrar esse custo no seu demonstrativo de resultado mensal. Os dados da contabilidade podem servir como a base para seu controle gerencial. Alternativamente, você pode criar seu controle lançando cada nota de aquisição em um caderno eletrônico, na planilha Excel.
A contabilidade considera 10 anos como o prazo para a depreciação desses ativos. No entanto, sugerimos que, para seu controle gerencial, você adote um tempo de retorno que reflita melhor a realidade do seu negócio. Existem máquinas que não duram o período previsto por lei; dependendo da intensidade de uso, pode ser necessário ter que substituir após apenas 2 ou 3 anos.
Então, você estabelece o prazo para cada máquina, cada equipamento e cada instalação. Para isso, insira um bem em cada linha da planilha, registrando o valor da aquisição em uma coluna e a data de aquisição em outra. Em seguida, distribua o valor mensal ao longo do número de meses que você escolher, preenchendo horizontalmente da primeira até a última parcela.
Uma dica importante é evitar lançar diretamente a divisão com todas as casas decimais. Sempre registre os valores com apenas duas casas decimais, desconsiderando a terceira casa e as seguintes. Preencha os valores da segunda até a última parcela, e digite a diferença que falta para completar o total da nota, na primeira parcela. Dessa forma, você evita que a diferença resultante da terceira casa, cause problemas no seu fechamento.
Para cada aquisição de bens, você pode definir prazos diferentes: por exemplo, este quero que retorne em 60 meses, enquanto o outro em 24 meses. Assim, você vai preenchendo sua planilha de controle gerencial, do ativo imobilizado, com os respectivos valores mensais de depreciação, distribuídos para os meses futuros. É possível perceber que a soma vertical, da coluna, de cada mês será o seu custo de depreciação mensal, que você lançará na sua demonstração de resultado gerencial, certo?
Pronto! Montar o primeiro modelo pode dar um pouco de trabalho, mas a partir daí, basta atualizar cada nova aquisição que você fizer, para ter o custo gerencial da depreciação, apropriado na sua demonstração de resultado.
Vamos supor que o valor do investimento inicial foi de R$ 30 mil. Para facilitar o raciocínio, vamos considerar que você depreciou esse valor em 60 meses. Assim, R$ 30 mil dividido por 60, resulta em R$ 500,00 por mês. Esse é o valor da depreciação que será considerado na sua demonstração de resultado gerencial, independentemente da quantidade produzida no mês.
Veja bem, esses R$ 500,00 irão aumentar a cada nova aquisição que você fizer, e diminuirão sempre que o prazo de depreciação de uma máquina terminar, dependendo do tempo que você escolher para cada uma. Além disso, sempre recomendamos que você confronte a soma do valor do ativo imobilizado da sua planilha, com o balancete da contabilidade, para verificar se os números estão batendo.
Sim, agora que você tem o valor da depreciação mês a mês, de forma confiável no seu caderno eletrônico, podemos avançar para a ideia de apropriar esse custo para cada produto. Veja, você tem várias maneiras de alocar esse valor mensal em cada produto, aqui, vamos explorar quatro delas.
A primeira e mais simples forma, é pela quantidade. Você simplesmente divide o custo da depreciação mensal pela quantidade produzida e obterá o custo por unidade. Por exemplo, se o custo mensal é de R$ 500,00 e você produziu mil peças, o custo será de R$ 0,50 por unidade. Simples.
O segundo critério pode ser o peso. Para quem fabrica produtos com pesos diferentes, apropriar o custo de acordo com o peso de cada item pode ser uma boa opção. Por exemplo, ao produzir bolos de 500 gramas, 1 quilo e 2 quilos, você pode calcular pela média mensal de cada produto, o peso total produzido em um mês, digamos, 1.000 quilos. Assim, o custo mensal de R$ 500,00 dividido pelo peso total de 1.000 quilos, resultaria em R$ 1,00 por quilograma. Dessa forma, o bolo de 500 gramas teria uma depreciação de R$ 0,50, enquanto o de 1 quilo receberia R$ 1,00 e o de 2 quilos R$ 2,00, proporcionalmente ao tamanho de cada um.
O terceiro critério pode ser a soma do valor dos insumos. Um produto que consome mais insumos receberá um custo de depreciação proporcionalmente maior. Para calcular a depreciação por unidade, você deve somar o custo dos insumos utilizados mensalmente, considerando a média de consumo, já que o valor da aquisição pode variar de um mês para o outro. Por exemplo, suponha que o valor mensal dos insumos seja de R$ 5.000,00. Com uma depreciação mensal de R$ 500,00, você divide um pelo outro para encontrar a porcentagem. Assim, R$ 500,00 em relação a R$ 5.000,00 resulta em 10%. Portanto, um bolo que consome insumos de R$ 5,00 receberia R$ 0,50 de depreciação, enquanto outro que consome insumos de R$ 10,00 receberia R$ 1,00 de depreciação.
E o quarto critério pode ser o preço de venda. Um item mais caro receberá um valor maior de depreciação, enquanto o de menor valor receberá menos. Este método, na nossa opinião, é o mais simples, pois essa porcentagem já está no seu demonstrativo de resultado, na linha de custo de depreciação. A porcentagem dessa soma em relação à receita de venda já é o próprio índice que você aplicará na formação do seu preço.
Digamos que esse índice esteja em 1,50%. Assim, um produto vendido por R$ 30,00 receberia R$ 0,45 de depreciação, enquanto um produto vendido por R$ 50,00 receberia R$ 0,75 de depreciação. Neste método, a atualização é automática; a cada alteração no preço de venda, o custo da depreciação acompanha a variação do preço.
Alternativamente, você pode considerar ainda uma quinta opção, que seria o de alocar o custo da depreciação, por hora de produção, de cada item. Aquele produto que demora mais, recebe maior valor, enquanto os produtos mais rápidos receberiam menos custo. Sabemos que a maioria dos empreendedores acaba não conseguindo manter esse controle detalhado, pois a correria da operação não permite dedicar atenção a esses aspectos que, à primeira vista, não parecem contribuir para o aumento da receita do negócio.
Por isso, esses aspectos acabam sendo deixados para amanhã, que se transforma em depois de amanhã. Portanto, aconselhamos que você pelo menos conheça o que é correto a fazer e tenha em mente o desejo de se aproximar desse objetivo a cada ano. A diferença entre apenas sobreviver em um empreendimento e prosperar no negócio está no domínio dessas ferramentas de boa gestão financeira. Boa sorte.
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