FRETE: DEFINIÇÃO DE VALOR E OPÇÕES DE COBRANÇA
- custoseganhosconsu
- 23 de jan.
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O frete é um custo relevante para muitas empresas, especialmente aquelas que trabalham com a distribuição de produtos para diferentes regiões. Uma das decisões cruciais para o empreendedor é determinar como cobrar o valor do frete de seus clientes. Tradicionalmente, as empresas cobram frete com base na distância entre o ponto de origem e o destino da entrega, mas existe também a possibilidade de adotar uma taxa fixa, que seja a mesma para todos os clientes, independente da localização. Ambas as opções possuem vantagens e desvantagens, e cabe ao empreendedor escolher a que melhor se adapta ao seu negócio.
No modelo tradicional, a cobrança de frete varia conforme a distância percorrida para a entrega do produto. Quanto mais distante o cliente, maior será o custo de transporte. Embora esse sistema seja razoável, em muitos casos, ele pode gerar distorções no preço final do produto, principalmente quando se trabalha com uma grande variedade de clientes, em diferentes localidades. Para o empreendedor, essa variação pode tornar o controle de custos mais difícil, além de afetar a competitividade da empresa, uma vez que o preço do frete pode variar bastante entre diferentes clientes.
Uma alternativa a esse modelo é a cobrança de uma taxa percentual fixa, que seria a mesma para todos os clientes, independente da distância. A empresa pode decidir cobrar 5% por exemplo, do valor da venda como taxa de frete. Esse sistema oferece maior previsibilidade, tanto para a empresa fornecedora, quanto para o cliente, já que o valor do frete, será sempre proporcional ao preço do produto. Além disso, elimina as distorções geradas, pela variação de custos com base na localização do cliente, tornando o processo de cobrança mais simples e transparente.
No entanto, essa abordagem também apresenta alguns problemas. Um dos principais pontos a ser considerado é a relação entre o peso e o volume, e do tipo de produto que está sendo entregue. Produtos de diferentes características, podem ter custos de transporte muito distintos. Por exemplo, um produto volumoso e leve, terá um custo de frete diferente de uma entrega de produtos de menor volume e maior peso. Por isso, cada empresa deve encontrar um modelo que seja adequado aos produtos que comercializa, buscando um equilíbrio entre a necessidade de cobrir os custos de frete e a necessidade de manter a competitividade.
Uma estratégia eficaz para garantir que a cobrança do frete esteja cobrindo os custos reais de entrega, é realizar uma aferição mensal dos gastos com frete. Para isso, o empreendedor pode comparar os valores gastos com frete, em relação ao seu faturamento, verificando se a porcentagem cobrada está adequada. Por exemplo, se a empresa cobra 5% de frete sobre cada venda, é necessário analisar os custos totais com transporte e comparar com o faturamento da empresa. Se, ao final de um mês, os gastos com frete ficarem abaixo de 5% do faturamento, isso indica que a taxa está cobrindo os custos. No entanto, se os gastos superarem esse percentual, pode ser necessário revisar a política de frete.
Existem várias formas de ajustar essa política. Se a empresa perceber que as entregas para regiões mais distantes estão consumindo uma parte maior do orçamento destinado ao frete, pode ser que um pequeno aumento na porcentagem cobrada seja necessário. Outra forma seria o de buscar meios de otimizar o processo logístico, como negociando melhores tarifas com transportadoras ou melhorando a gestão de rotas.
Vamos supor que os gastos históricos com frete estejam na faixa dos 6%, quando você está cobrando 5%. Você tem também a opção de absorver estes 1% dentro da sua despesa, numa espécie de “subsídio”, basta ter na consciência de que sua margem ficará ligeiramente menor. A recomendação é não cair na obsessão de achar que não se pode perder nem um centavo com o frete. Além disso, é importante ter cuidado com o conceito de “subsídio”, que pode facilmente levar a uma perda de controle. Sem perceber, você pode acabar gastando 10% e cobrando apenas 5%. Por isso, é necessário monitorar continuamente os gastos mensais.
Ademais, é importante que o empreendedor considere a percepção de valor do cliente. Se o custo com o frete for algo irrelevante, porque está vendendo produto pequeno e não tão pesado, e de alto valor agregado, e a maioria dos clientes ficam na redondeza, você pode optar por absorver o custo do frete como despesa da empresa, e explorar na comunicação com os clientes que você entrega gratuitamente, se isso couber no seu negócio.
Se a cobrança do frete for vista como muito alta, isso pode gerar descontentamento, mesmo que a empresa esteja apenas cobrindo os custos. Nesse caso, a opção seria o de buscar um equilíbrio entre a viabilidade financeira e a satisfação do cliente. A transparência na cobrança do frete e a explicação clara sobre os custos envolvidos podem ajudar a minimizar essa insatisfação. O importante é encontrar aquele ponto que o cliente fique satisfeito.
Em resumo, a definição do valor do frete e a escolha do modelo de cobrança dependem de uma análise cuidadosa das necessidades da empresa e das características dos produtos vendidos. A cobrança de uma taxa percentual fixa, pode simplificar o processo e traga previsibilidade aos clientes. O empreendedor deve estar atento para as variações de custos, as necessidades dos clientes e à competitividade do mercado, ajustando sua estratégia sempre para encontrar o melhor caminho, que seja justo tanto para a empresa quanto para seus clientes.
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