O APORTE DE CAPITAL É RECEITA?
- custoseganhosconsu
- 7 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
O aporte de capital não é receita. Empreendedores novatos, costumam fazer esta pergunta. Isso acontece quando o dono da empresa, socorre o caixa, com o seu próprio dinheiro, que entra na conta da pessoa jurídica para pagar as contas, e no fluxo de caixa, esta entrada ocupa a linha das entradas, misturando-se com o dinheiro que vem do faturamento da empresa. Está iniciada a confusão. Se não tomar cuidado, depois de algum tempo, o dono perde o controle de quanto ele colocou. Por isso é importante, que cada dinheiro aportado, seja registrado e classificado como “aporte de capital”, ou se trata de empréstimo temporário.
E qual a diferença entre aporte de capital e empréstimo temporário? O aporte de capital, tem como característica a permanência do dinheiro no capital social da empresa, ou seja, é aquele dinheiro que uma vez colocado, ele permanece por tempo indeterminado. Já o empréstimo tem como característica o caráter provisório, ou seja, assim que puder o dono quer de volta.
Vamos supor que naquele dia, faltou 5 mil reais no caixa e o dono teve que socorrer, na condição de que estes 5 mil reais fossem um aporte de capital e não empréstimo. O lançamento ficaria: Debita 5 mil reais a entrada do valor na conta banco, e a contrapartida será lançada creditando a conta “Reserva de Capital”. Pronto, é só isso, o dinheiro já está lançado na pessoa jurídica, que poderá usar para pagar a conta que for necessário. Também fica registrado, que a partir desta data, estes 5 mil reais, passam a fazer parte do capital da pessoa jurídica. Se houver mais aportes, basta fazer o mesmo lançamento, e o sistema irá acumulando no saldo da conta “Reserva de Capital”.
E como fica o lançamento, quando o dono aporta o capital, pagando um boleto da pessoa jurídica? Com a intenção de evitar o trânsito de dinheiro entre as contas, da pessoa física para a conta da pessoa jurídica, o dono opta por pagar as contas da pessoa jurídica, com a conta da pessoa física. E também pode acontecer o contrário, o de pagar as contas da pessoa física, usando a conta da pessoa jurídica, para reaver o dinheiro aportado. Tudo isso não deixa de ter sua razão, uma vez que o fato de não gerar movimento financeiro entre contas faz parte da prudência.
Vamos supor que aquele aporte de 5 mil reais, foi na forma de pagamento de um boleto, feito pela pessoa física. O dono da empresa entrega para o financeiro, o boleto pago, grampeado com comprovante, da conta da pessoa física. Lembrando que este comprovante da pessoa física não dá para ser contabilizado como pagamento da pessoa jurídica.
Então como poderia ser lançado? Pode ser feito da seguinte forma: Debita 5 mil reais, para registrar a entrada na conta Caixa, e como contrapartida, credita a conta “Reserva de Capital”. Agora este boleto pode ser baixado do seu contas a pagar, creditando a conta caixa, para tirar o dinheiro, e como contrapartida, debita a conta fornecedores a pagar. E para finalizar, pode enviar para contabilidade, um recibo emitido pela pessoa jurídica, substituindo o comprovante da pessoa física.
No fluxo de caixa, quando o dinheiro do aporte entra, não deve ser lançado na linha receita e sim na linha “aporte de capital”, lá embaixo, depois do fluxo operacional. Deixe a entrada de Receita, exclusivamente para o dinheiro que vem das vendas efetuadas, com comprovante fiscal ou sem comprovante. Vamos supor que o fluxo de caixa neste dia, tinha uma entrada de 10 mil reais, e na saída 15 mil reais de pagamentos, por isso no fluxo de caixa faltava 5 mil reais. O fluxo operacional neste dia é de 5 mil reais negativo. É preciso mostrar o fluxo negativo indicando que está faltando dinheiro neste dia. Aí, na linha de baixo, vem a conta “aportes” e aí sim, entra os 5 mil do aporte para socorrer a quantia de 5 mil reais que estava faltando deste dia, cobrindo o saldo e zerando a posição de fechamento, na última linha do fluxo de caixa.
Veja também no you tube: