POR QUE OS FUNDOS DE RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO CAÍRAM?
- custoseganhosconsu
- 7 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de fev. de 2022
O “Bradesco Asset FIC de Fundo de Investimento Renda Fixa Longo Prazo Crédito Privado Plus”, CNPJ 34.109.809/0001-78 é um fundo que compra as cotas de outro fundo, no caso o fundo: “Bram Fundo de Investimento Renda Fixa Crédito Privado Capital II”, constituído a pouco tempo, em Julho de 2019.
Este fundo entregou uma rentabilidade negativa de -0,83% em Março de 2020 e -0,60% em Abril de 2020. Nos quatro meses desse ano, a rentabilidade acumulada, teve um prejuízo de -0,78%.
A minha observação neste fundo, é a de que a maior parte da carteira é formada por debêntures emitidas por empresas privadas como CCR, XP Investimentos, Localiza Rent, BRF, Eneva e muitos outros, bem pulverizados. Como poderia gerar rendimento negativo?
Além de debêntures privados, que representam 45% da carteira, ou seja, quase metade, este fundo ainda possui 25 diferentes letras financeiras que representam 31% do patrimônio, mais 7 aplicações em CDB e 3 aplicações em Títulos do Tesouro com participação de 13,5% do patrimônio.
Segundo a lógica, um fundo com este grau de pulverização tem tudo para se manter estável em tempos de pandemia. No entanto, o que se está vendo é um desempenho muito aquém do esperado, muito abaixo da curva do CDI, que está muito baixo nos últimos meses.
O que pode estar acontecendo com fundos que tem em sua carteira os créditos privados, aqueles normalmente atrelados a taxas prefixadas? Uma possibilidade é o fato do volume de resgate que vem ocorrendo nos meses de março e abril, justamente a fase de isolamento social.
O patrimônio do Fundo de Renda Fixa Crédito Privado Capital II tinha no final de fevereiro R$ 151 milhões, que no final de Março caiu para R$ 136 milhões e caiu ainda mais em abril para R$ 112 milhões. Uma redução de -26% no valor do patrimônio. Diante deste volume de saque, o administrador provavelmente teve que se desfazer dos debêntures e letras financeiras, antes do vencimento, tendo que incorrer em deságio no mercado secundário. O que pode explicar o ingresso do 3º cotista no mês de abril.
Antes, este fundo tinha 2 cotistas, e no período de forte resgate entra um novo cotista, só pode ser um investidor que comprou os papéis com deságio vantajoso?
A grande lição que fica é que a aparente boa rentabilidade dos Fundos que aplicam em créditos privados, pode amargar perdas se o mercado for sacudido com volatilidade alta e que os créditos privados permanecem estáveis quando você comprar diretamente em uma corretora e mantem até o vencimento.
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