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VIABILIDADE DO 2º TURNO EM UMA CONFECÇÃO

  • custoseganhosconsu
  • 7 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de fev. de 2022

Uma pergunta corriqueira em indústria de confecção é saber se vale a pena introduzir um segundo turno devido à necessidade de aumentar a demanda. Mas, tão importante quanto sanar essa necessidade é saber se um segundo turno funcionaria e a resposta é certeira: não funciona! Claro que depende do tipo de produto que cada confecção fabrica. Se for produto contínuo como por exemplo, camiseta branca, seria mais fácil do que quem fabrica uma coleção inteira de lingerie com vários modelos com cores diferentes, acessórios diversos, etc.


Por que não dá certo se a fábrica já existe, se já tem os maquinários, as instalações e é possível aproveitar tudo? Sim, o empresário faz este cálculo, o de não ter que investir e poder aumentar rapidamente a produção. Mas, vamos aos problemas.


Quando uma empresa decide implementar o 2º turno, normalmente, a meta é dobrar a produção sem aumentar o custo da imobilização. Porém, no final das contas além disso não acontecer, a produção não dobrar, o custo unitário por produto fica mais caro.


O primeiro obstáculo é a continuidade do produto. É muito difícil alguém dar continuidade a um lote que uma outra pessoa iniciou, pois gera uma disputa para definir quem foi o responsável por terminar o lote. Da mesma forma, se houver algum defeito, de quem será a culpa? E, dessa forma se inicia a cultura de sempre achar um culpado.


O segundo problema diz respeito ao ajuste das máquinas. Cada pessoa tem a sua melhor posição para sentar e operar. Sendo assim, se toda vez que for iniciar o trabalho for necessário ajustar a regulagem ou repor materiais, como uma agulha, será gasto um tempo desnecessário de trabalho, além de interferir no processo de trabalho da pessoa ao longo do dia.


O terceiro problema, e talvez o mais significante para a empresa, é que para solucionar as questões mencionadas a cima e sanar possíveis disputas, a empresa cai no erro de isolar o lote de produção para conseguir atribuir responsabilidades para cada equipe, por turno. O que não seria um problema se não fosse necessário que o primeiro turno encerrasse o expediente meia hora antes do horário para contabilizar, recolher e guardar o lote produzido.


Da mesma forma, o segundo turno, para iniciar o trabalho, teria que passar um tempo considerável para pegar o “seu lote”, colocar as máquinas na posição, ajustá-las e organizar o local. Ou seja, cada turno perderia uma hora somente para realizar os ajustes e recolher os materiais.


O quarto problema diz respeito ao aumento do custo da mão de obra, com adicional noturno e, muitas vezes, transporte de madrugada.


Já, com relação ao custo do imobilizado, a indústria de confecção, na maioria das vezes, tem um custo da depreciação do imobilizado muito baixo em relação ao custo total. Por isso, esta aparente economia não chega a fazer diferença. E, no fim, ao colocar na ponta do lápis todas essas contas, é possível facilmente identificar que montar uma nova fábrica sai mais barato, mesmo com todo investimento em maquinário e instalação.


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